Sobre a liberdade.
Em conversa com uma amiga, falávamos sobre a liberdade e sobre as infinitas possibilidades que as pessoas têm hoje em dia.
Antigamente (não sei bem há quanto tempo), a maioria das pessoas não era livre, e há nascença traziam já a sua dose de responsabilidade. Se nascia rapariga, sabia que a sua vida seria agradar o homem, ter filhos e cuidar da casa. Se nascia rapaz, sabia que tinha que encontrar uma mulher que lhe proporcionasse tudo isto. Claro está que isto é, muito resumidamente.
Regra geral, não havia o poder de escolha.
Fizemos uma comparação com os dias de hoje. E claro que mais uma vez, em termos gerais, nunca esquecendo as excepções. As pessoas têm muitas portas, muitos caminhos possíveis. Mil e uma maneiras de fazer um sem número de coisas.
Hoje, a mulher já não precisa do homem e o homem, deixou de poder possuir a mulher.
Finalmente, a liberdade que todos ansiavam e pela qual lutavam.Mas, o que nos trouxe?
Atenção, eu prezo muito a minha liberdade.
Mas, cada vez mais as pessoas têm mais medo, mais mas, senãos e porquês. Entram, saiem, vão, vêm e nunca realmente se entregam.
Quando há muitos caminhos possíveis de se percorrer, as pessoas tendem a perder-se. É verdade que há beleza em todos eles, mas as pessoas não foram preparadas para estas infinitas possibilidades.
"Passou-se de 8 para 80". Podemos verificar isso facilmente nas relações humanas. Pais e filhos,namorados,namoradas, marido e mulher.
Antes, a educação era rígida e "quadrada". Não trabalhava o lado emocional e espiritual. Hoje, felizmente já se tem consciência disso, mas perdeu-se a disciplina. Agora os professores têm medo dos alunos. Os pais têm medo dos filhos e são mais amigos do que protectores e educadores. As crianças precisam de uma luz, de um guia. Não temos que lhes explicar como devem viver a vida, mas dar-lhes a mão. Simplesmente dar-lhes a mão. E isso implica por vezes dizer que não.
Agora, com esta "nova era", as pessoas não se querem apegar. Querem ter relações livres e abertas. O compromisso é uma palavra terrivelmente assustadora. Mostrou-se às pessoas que não têm que ser responsáveis.E adivinhem lá? Elas deixaram de ser.
Companheiros abandonam companheiros por um par de botas. Agora, podemos invocar todos os nossos medos e traumas de relações porque isso já é permitido. As pessoas já compreendem.
O que quero dizer com isto é que a liberdade foi oferecida às pessoas, mas elas não sabem o que fazer com ela. Na sua mente, liberdade é fazer tudo ao contrário ao que antes era obrigatório.
Mas penso que receberam mal a mensagem. Nem tudo estava bem como era, mas nem tudo estava mal.
É uma benção toda esta abertura de mentes porque, permite a todos nós podermos ser autênticos, mas não percebo a necessidade de rejeitar tudo o que veio antes.
Foi com isso que aprendemos. Antes tínhamos medo da "prisão da vida". Agora que isso já passou, muitas pessoas se sentem perdidas.
É como pedir-mos um desejo e nos serem concedidos 3. Ficamos sem saber para que lado nos havemos de virar.
Vamos tentar abraçar a liberdade e não ter medo dela. Vamos tentar também não abusar dela...
terça-feira, 13 de outubro de 2009
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